A Nutricionista Alice Cristina Cocas, da GetNinjas, esclarece as dúvidas para quem deseja abolir a proteína animal da dieta e começar a ser vegano:
Frequentar restaurantes veganos ajuda?
Sim, além de estimular a familiarização com outros gostos, pode ser um incentivo para aprender a cozinhar novas combinações.
Elimino a proteína animal de uma vez no Veganismo?
Quem está com boa condição de saúde e tem hábitos alimentares saudáveis, sim. Para quem apresenta a falta de alguns nutrientes, é melhor ir aos poucos.
Devo usar suplemento vitamínico sendo vegano?
Algumas vitaminas só estão presentes em carnes e ovos, como as do complexo B. Por isso, é necessário repor essas vitaminas de alguma maneira.
Gestantes e idosos têm necessidades nutricionais distintas. Então, também é recomendado consultar um nutricionista.
Gestantes e idosos têm necessidades nutricionais distintas. Então, também é recomendado consultar um nutricionista.
Quais alimentos não posso deixar de consumir sendo vegano?
A proteína vegetal encontrada em legumes e verduras. Consuma também soja, que tem todos os nutrientes presentes na proteína animal.
Fonte: Revista Ana Maria
Para saber mais:
Veganismo é a prática de abster-se do uso de produtos de origem animal, procurando excluir, na medida do possível, o uso de qualquer produto de origem animal, seja na alimentação ou vestuário. Um seguidor desta prática é conhecido como vegano. Os veganos não consomem alimentos de origem animal, como carne (incluindo peixes, moluscos e insetos), laticínios, ovos e mel – além de evitar materiais derivados de animais, produtos testados em animais e lugares que usam animais para entretenimento. Embora a dieta vegana e o princípio da não exploração dos animais tenham sido definidos na fundação da Sociedade Vegana em 1944, Leslie J. Cross, em 1949, achava que a sociedade carecia de uma definição mais ligada aos “direitos animais”, exigindo de seus membros a estrita obediência a esses termos, “o princípio da emancipação dos animais da exploração pelo homem”. Isto foi posteriormente definido como “buscar o fim do uso de animais pelo homem para alimentação, mercadorias, trabalho, caça, vivissecção e quaisquer outros usos envolvendo a exploração da vida animal pelo homem”.
Etimologia
O termo Vegan (pronuncia-se víg:an), em inglês, foi cunhado pela primeira vez, em novembro de 1944, no lançamento do jornal “Vegan News” em Londres. A origem do nome é dúbia. Segundo o próprio Watson, o nome é uma redução do nome “Allvegan”, sugestão de seus amigos, o casal Henderson. A outra versão, mais conhecida, é que a palavra foi criada por Donald Watson e sua esposa Dorothy Morgan como uma corruptela da palavra “vegetarian” (vegetariano), em que se consideram as 3 primeiras e as 2 últimas letras, excluindo o “etari”, para formar a palavra vegan; significando o começo e o fim do vegetariano. No português do Brasil, acrescentou-se a vogal “a” ou “o”, formando o termo vegano ou vegana. Em Portugal a palavra mantém a grafia original inglesa. A grafia original inglesa também é utilizada no Brasil (vegan; plural: vegans).
História
O Vegetarianismo no Século XIX
A ideia de viver de uma alimentação baseada estritamente em alimentos vegetais, no ocidente, existe há muito tempo. No século XIX já havia inúmeros debates entre vegetarianos que consumiam produtos lácteos e/ou ovos e vegetarianos estritos. Em 1809, o Dr. William Lambe, um pioneiro do vegetarianismo estrito, escreveu livros sobre os possíveis benefícios desta dieta no tratamento do câncer hepático e do estômago, e, em 1854, para outras doenças, algumas crônicas. A Sociedade Vegetariana (The Vegetarian Society) foi fundada em 30 de setembro de 1847, em Northwood Villa, Ramsgate, Kent, Inglaterra, posteriormente transferindo sua sede para Manchester, em 1849, mesmo ano da primeira publicação de seu periódico “The Vegetarian Messenger”. Assim, só a palavra “Vegan” era uma novidade em 1944.
O Vegetarianismo no Início do Século XX
A discussão sobre o uso de produtos lácteos e ovos na dieta vegetariana era recorrente na Sociedade Vegetariana desde 1909. Em 1931, Ghandi discursou para a Sociedade Vegetariana de Londres a palestra “The Moral Basis of Vegetarianism” (A Base Moral do Vegetarianismo). Em 1938, a palestra “Saúde Sem Produtos Lácteos”, foi ministrada pelos médicos Dr. Cyril V. Pink e Dr. William White, que repetidamente em suas palestras e escritos testemunhavam sobre a condição superior de bebês criados sem leite de vaca.
O Veganismo
Donald Watson (1910-2005) tornou-se vegetariano em 1924, em uma resolução de fim de ano, após testemunhar aos 13 anos de idade o abate de um porco na fazenda de seu tio, em South Yorkshire, Inglaterra. Durante a depressão dos anos 1930, Watson, um técnico em carpintaria, trabalhou como professor de carpintaria em Loceister, filiando-se a filial da Sociedade Vegetariana local onde passou a trabalhar como secretário. Donald Watson também acreditava que a dieta vegetariania não deveria utilizar produtos lácteos e/ou ovos.
A edição de fevereiro de 1944 de “The Vegetarian Messenger” trazia um artigo da irmã de Donald Watson, Eva, intitulado “Eliminando produtos lácteos: como as dificuldades podem ser superadas”, com dicas úteis e eficazes. Nas edições de março e abril foi publicado o artigo, em duas partes, “Should Vegetarians Eat Dairy Produce?” (Vegetarianos devem comer produtos lácteos?), de Donald Watson.
Os artigos dos irmãos Watson foram baseados em apresentações que eles haviam feito em dezembro de 1943 para a Sociedade Vegetariana de Loceister. Os artigos tiveram uma grande repercussão na Sociedade Vegetariana e, em resposta aos artigos, foi realizado um debate organizado pela Sociedade Vegetariana de Croydon, ainda em abril de 1944 com um público que ia além do grupo de Croydon.
O debate foi considerado tão importante que mereceu um relatório de 2 páginas do “The Vegetarian Messenger” de junho de 1944. O debate foi presidido e organizado por Elsie Shrigley (Sally) (1899 – 1978), secretária honorária da Sociedade Vegetariana de Croydon. Donald Watson propôs a moção “That vegetarians should aim at eliminating dairy produce from their diet” (Que os vegetarianos devem procurar eliminar os produtos lácteos da sua dieta), que foi aceita por ampla maioria (30×2).
Embora o número de vegetarianos “não lácteos”, “totais”, “puros”, “completos” ou “estritos” estivesse crescendo, eles ainda não eram organizados. Em agosto de 1944, movidos pelo sucesso da moção, que ia muito além da típica realidade dos vegetarianos britânicos, Watson e Sally sugeriram para a tradicional Sociedade Vegetariana de Manchester que fosse criado um grupo com essa proposta dentro da sociedade e uma seção especial dentro do seu periódico. O conselho da Sociedade Vegetariana concluiu que o grupo teria maior liberdade para combater o uso dos derivados animais como um grupo externo a sociedade e recusou a proposta, sugerindo que Watson montasse um grupo fora, mas que a Sociedade divulgaria os textos do grupo nas páginas do “Vegetarian Messenger”, o que já acontecia com todos os grupos existentes, como a Sociedade Vegetariana de Loceister, a Sociedade Vegetariana de Croydon e outras tantas sociedades e clubes vegetarianos que existiam e que recebiam suporte das Sociedades Nacionais, porém não eram administradas por elas.
O comitê da Sociedade Vegetariana de Manchester não rejeitava o movimento contra os produtos animais na dieta. Watson aceitou a sugestão e formou um grupo chamado “Non-dairy Produce Group” (Grupo dos produtos não-Lácteos) e escreveu uma carta publicada ao editor publicada no “The Vegetarian Messenger”, na edição de novembro de 1944, anunciando a formação do grupo, que um jornal seria publicado e solicitando ajuda financeira aos interessados.
Ainda em novembro de 1944, lançaram seu próprio jornal, o “The Vegan News – Quaterly Magazine of the non-dairy vegetarians” (Vegan News – O jornal dos vegetarianos não-lácteos), um manifesto com as premissas desta nova sociedade que, entre outras coisas, solicitava que quem quisesse aderir que colaborasse com dinheiro e sugestões para o nome da sociedade que estava sendo formada.
O segundo número do jornal saiu em fevereiro de 1945, ainda com o mesmo nome e apresentava os nomes até então sugeridos: Allvega / Allvegan / Total Vegetarian Group / Allveg / Allvegist / The True Vegetarian / Neo- Vegetarian / Dairyban / Vitan / Benevore / Benevorous News / Sanivore / Beaumanger / Bellevore (lista compacta). E continuava solicitando que fossem enviadas sugestões. Em abril de 1945, o grupo decide que o nome da sociedade será “The Vegan Society” e a terceira edição do “The Vegan News”, de maio de 1945, aparece pela primeira vez com o subtítulo “Quarterly Organ of The Vegan Society”. Junto com o novo subtítulo também foi decidido um novo cabeçalho trazendo a primeira definição de veganismo:
- O VEGANISMO é a prática de viver de frutas, nozes, vegetais, grãos e outros produtos não animais saudáveis.
- O VEGANISMO exclui como alimento humano: carne, peixe, galinha, ovos, mel; e leite de animais, manteiga e queijo.
- O VEGANISMO visa incentivar a fabricação e o uso de alternativas aos produtos animais.
Desde 1994, ano do 50º aniversário da criação da Vegan Society, na Inglaterra, o dia 1 de Novembro ficou marcado como o Dia Mundial Vegano (World Vegan Day).
Origem do Nome Vegano
Nossa primeira edição, o Sr. e a Sra. G. A. Henderson sugeriram a palavra “Allvega”, com “Allvegan” como título da revista. Foi daí que a palavra Vegan foi tirada e, recentemente, o Sr. e a Sra. Henderson escreveram afirmando que preferem a versão mais curta.”
Meus primeiros leitores a sugerirem uma palavra mais concisa para substituir o “vegetariano não-lácteo”. Algumas sugestões bizarras foram feitas, como “dairyban”, “vitan”, “benevore”, “sanivore”, “beaumangeur” et cetera. Eu decidi por minha própria palavra, “vegan”, contendo as três primeiras e últimas duas letras de “vegetariano” – “o começo e o fim do vegetariano”. A palavra foi aceita pelo Oxford English Dictionary e ninguém tentou melhorá-la.”
— Donald Watson, 2004
Ideologia do Veganismo
Veganismo não é dieta. É um conjunto de práticas focadas nos Direitos dos Animais e, por consequência, entre elas, está a adoção de uma alimentação estritamente vegetariana. Vegans, ou Veganos, entendem que os animais têm o direito de não serem usados como propriedade, e que o veganismo é a base ética para levar esse direito a sério.
Veganos referem-se às outras espécies como “animais não humanos” ou “seres sencientes“, uma vez que eles têm uma consciência semelhante à consciência humana, declaração dada como verificada e reconhecida na Declaração de Cambridge sobre a Consciência em Humanos e não Humanos, assim, para eles, é incorreto distinguí-los dos seres humanos como “animais irracionais”.
Um dos expoentes da filosofia vegana é o autor do livro Animal Liberation (Libertação Animal), de 1975, considerado um marco no direito dos animais, o filósofo australiano Peter Albert David Singer.
Peter Singer, que apoia plenamente a causa da libertação animal, recomenda o veganismo, apesar dele mesmo não ser vegano.
Outra prática inerente ao veganismo é evitar ao máximo o uso de quaisquer produtos de origem animal ou em que tenham sido usados animais em qualquer fase de seu desenvolvimento. Esta é uma prática bastante difícil, que requer muito conhecimento, curiosidade, dedicação e abdicação, já que o desenvolvimento da sociedade, e de suas tecnologias, quase que na totalidade, envolve o uso de produtos de origem animal para sua síntese ou desenvolvimento.
Derivados de origem animal estão em produtos de uso diário, como dinheiro, carros, tintas, corantes alimentares, remédios, vitaminas, vacinas e outros.
Fonte: Wikipedia
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